Nossa Livraria Leonardo da Vinci -
joia maior
A maravilhosa Universidade Livre que é a
Livraria Leonardo da Vinci, no
coração da cidade do Rio de Janeiro, em plena Av. Rio Branco 185, cheia de prédios,
ônibus, metrô, carros e pernas, nos impulsiona, amantes desta Livraria, descer
a espiral - subsolo do Ed. Marques do Herval, e, mergulhar em seu amplo espaço
repleto de livros. Percorrer as estantes, saboreando obras preciosas nos mais
inusitados assuntos e autores. Um instante de conversa com a sábia Dona Vanna e
sua filha Milena Piraccini Duchiade, solicitas, instigantes e atentas a tudo. Cumprimentar
os fiéis funcionários que prontamente nos atendem com sorriso amigo e acolhedor
nos ajudando a garimpar nossos desejos e raridades.
Ali,
nossa querida Dona Vanna, Giovanna Piraccini, permitia que eu, ainda bem jovem,
ficasse lendo, folheando, apreciando as obras literárias ou de arte que nem
sempre podia comprar. Sentada confortável nas cadeiras de couro, antes do
incêndio criminoso de 1973, e agora, nas laranjinhas, igualmente confortáveis
do séc. XXI - setembro de 2014 - estou em casa. Tranquilo e deleite, com música
ao fundo, é este espaço de cultura. Nunca se curvou a big business, permanece joia maior.
Parece sonho, mas é real, a Livraria Leonardo da Vinci jamais
deixou de me fascinar. Os livros me
atraindo e eu sendo atraída por tudo. Apreciando no canto dos olhos
intelectuais, músicos, cantor de ópera, poetas, filósofos, acadêmicos ou artistas
plásticos percorrendo estantes, comprando, conversando baixinho com nossa Dona
Vanna, com outros habituais, e, saindo. Impossível citar o público chegando de
todos os estados do Brasil e mesmo os frequentadores estrangeiros. Um mundo
inconcebível na minha formação cultural. Ali mesmo me apaixonei mais ainda
pelos saberes múltiplos. Completava exemplo de casa, escola e universidade. Para
mim um modelo de vida que permanece; um núcleo de conhecimento. Repito, a Livraria da Vinci é uma Universidade
Livre.
A intelectual mais próxima de mim a frequentar
a Livraria com assiduidade, com boa dose de paixão, foi a humanista e
psiquiatra Nise da Silveira que sempre aos sábados surgia em companhia da
artista plástica Marlene Hore ou do amigo Marcos Moreira.
Delicioso foi saber por Dona Vanna que o
sofá, no canto de um dos espaços da Livraria chama-se Sofá do Drummond, por ser
onde ele, o poeta Carlos Drummond de Andrade, dava suas entrevistas para poupar
sua casa e se preservar. Fotografei feliz com uma criança espantada.
Nossa doce e amada Livraria Leonardo da Vinci um beijão afetuoso - história viva e
inigualável que se mantém atuante no coração da cidade do Rio de Janeiro,
Brasil.
Conhecer a da Vinci é
alegria vital.
Martha Pires Ferreira, uma andarilha irresistível em mergulhos profundo, rabiscos, leituras e silêncios ~~~~~
Um comentário:
Martha!
Que lamentável...!!!
Também como você, só tenho boas recordações desta Livraria que me permitia, aos quinze anos, comprar meus livros de arte e parcelar o pagamento em três vezes, na maior confiança, sem pedir nenhuma garantia que não fosse a minha presença constante na loja, que sinalizava meu amor pelos livros...
Sou cliente desde a época em que a Da Vinci era a única livraria a disponibilizar livros ainda não editados no Brasil, como você disse, uma verdadeira Universidade Livre...!
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