Ode à Santa Teresa da solidão
martha pires ferreira
Este bairro, este bairro
virou um bosque
que se chama que se chama Solidão
dentro dele dentro dele moram artistas;
poetas, músicos,
andarilhos e filósofos da beleza
operários, comerciantes e
burocratas solidários
que suportam que suportam
dinossauros
dinossauros
que roubaram que roubaram
nossas canções.
Blim blem
blim
blem
blim blem
nossos bondinhos nos
trilhos
amarelinhos,
amarelinhos passavam cantando.
Varandas inusitadas, arejadas
cheias de pernas coloridas e olhos para a
vida.
Que estupidez retirar trilho
secular. Que sacra burrice
não restaurar os Bondes
Históricos!
Retorno à Idade da Pedra Lascada
estão seus
moradores
desarmados, perplexos. Movimentam-se
indignados à espera de
competência.
Paleolíticos dinossauros
vagueiam alienados
sem dar conta da tamanha imbecilidade
obra empacada na poética
Santa Teresa libertária,
maculando mais e mais
a
maravilhosa cidade do Rio de Janeiro.
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Trilhos originais, obra prima séc. XIX !
Noite, às 20 h, retornando para casa, Rua Joaquim Murtinho / coragem noturna!
e capim beleza entre os paralelepípedos! Canteiro de obra -
Buraco...registro da água. Lixeira / arte contemporânea / Curvelo.
Trilhos maravilhosos, originais do séc. XIX.
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P.S. Os operários são pessoas de bem, gente honrada, obedecem comandos.
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Um comentário:
que tristeza, Marthinha.
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