Pintura de Nise em canção
Bernardo Horta / 2004
Um gato brilha em seu olhar
Mulher da futura imaginação
Mergulha em ruínas ancestrais
Diamante que surge da escuridão
Vertigem no espaço da mente
Senhora das imagens
Santa, louca, mãe da gente
Fina flor de eternidade
Em inumeráveis estados do ser
Persevera e se liberta do breu
Oh, moça que lê imagens
Diz: que mito sou eu?
Em vida, transcende o corpo
Sua lucidez a ultrapassa
Psicodélica, reveladora
Operária, tijolo-argamassa
Matriz da expressão de Sócrates
Diotima-madrinha, enternece
Freud sussurra o seu nome
Jung jamais a esquece
Selvagem antiga do engenho
Bruxa-ninfa superzen
Rebelde que transborda em fúria
Amor sem limite, indignação-amém
Exemplo de vida, vigor animal
Arquétipo da superação
Liberdade alucinante
A ira sagrada da revolução
Sons, imagens - portal de expressão
Coração exposto em sensibilidade
Mitos que provêm do ventre profundo
Semente de luz, cura e humanidade
Gênia doida, fera agressiva
Abre as portas do hospício, em urgência!
Derruba grades e grades
Mostra que o poder, este sim, é a demência
Mistério, entre livros e pinturas
Zênite que flui pelos ares
Matéria-prima de energia pura
Arqueóloga dos mares
Mestra, gata, Nise brasileira
Alguém sempre admirando-a no retrato
Personalidade forte e terna
Estrela tímida, de brilho estupefato
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quinta-feira, 10 de julho de 2008
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