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Formas no espaço
Casa Amarela
Rua Hermenegildo de Barros, 163.
Santa Teresa - RJ - de 1/9 a 21/9 de 2013
(visita sob agendamento tel. 2242-9341
desenhos bico de pena, aquarela e interferências.
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Processo
criativo Martha Pires Ferreira / 2008
Todo ser humano é potencialmente um
criador. A criatividade é essencial à natureza humana, à expansão da personalidade.
O processo criativo se dá por
conexões; impulsos internos e desejos de expressão interagem intuitivamente com
o mínimo da interferência lógica, racional. Assim, penso, deveria ser. Para
outros, ocorre o inverso, é o domínio da racionalidade com um quantum de impulso instintivo.
O anseio imagístico procura dar forma,
ao se deixar revelar, desvelar o que antes era invisível ao conhecimento. É o
novo que brota genuíno e real. Arte é descobrir, é tornar visível o que não
existia. Não se cogita beleza estética, e sim dar origem a. Os caminhos são
complexos e, por vezes, paradoxais. A apreensão sensível de conteúdos expressivos
nas artes plásticas, musical ou poética são experiências efetivas e diretas da
sensibilidade criadora de cada pessoa, individualmente. A obra de arte não se
limita ao objeto em si, é mais que representação pictórica.
Criatividade é processo inesgotável.
As mãos engendram quase por magia; nas atividades plásticas desde o artesão das
cavernas, passando por toda a história da arte antiga, clássica e moderna com Cézanne,
Matisse, Picasso, Paul Klee ou à sofisticada cognição intelectual interagindo simultânea,
sensitivo e emocional, nas obras de artistas contemporâneo ou não, brasileiros,
como Lygia Clark, Tunga, Beatriz Milhazes, Marília Kranz, Teresa Miranda,
Antônio Dias ou Cildo Meireles. Citando estes apenas. Os olhos, um telescópio; constata
e contempla a obra realizada, indo além, num mergulho misterioso. A
criatividade é a mola impulsionadora da essência da vida. A obra acabada, é
quem fala, se faz real e presente. É mais que um objeto.
No meu caso pessoal, desenhar é um
ato de liberdade que se faz incontinenti. É deixar mostrar o latente, revelação,
espanto intelectual e emocional obedecendo ao que a intuição determina. Deixar
o imprevisível acontecer, descobrir, tocando o abissal. A sensibilidade é o tom
que contribui para a criação pictórica se tornar manifesta. O artista é,
apenas, um instrumento ativo no processo.
Enlouquecida, aprendi com Hokusai (1760
– 1849) que no exercício de desenhar, no penetrar na essência de todas as
coisas manifestas, pode-se chegar a um nível de consciência, de saber, mais
elevado, impensável, onde tudo vive; cada ponto, gesto, linha, cor. Arte é
celebração. O que a imaginação apreende como fogo criador, sopro e beleza, é
verdade, é espiritualidade. Além disso, nada sei.
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