quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Meditação _ Flores do Bem


              Liberdade de escrever – Meditação

            A experiência pessoal na Meditação é tudo. Não tem nada a ser explicado. Não está sujeita a uma exposição lógica, ela é vivida e apreendida no que há de mais oculto na alma. Só o tempo revela seu significado, resposta e beleza. As contradições desaparecem, não há mais divisões _ eu e o outro, fora e dentro, melhor e pior, a escuridão e a claridade.
            Meditar é inspirar e expirar, lentamente em plena atenção. Sentado ou andando; a coluna ereta, em razão da melhor circulação sanguínea. De preferência em local de silêncio. Esvaziar os pensamentos, ausentar-se de imagens, aquietar os anseios, as emoções. Inicia-se com pouca duração de tempo e aumentando com a prática. Tudo com naturalidade.
          Procura-se a Meditação para se depurar, física, mental e espiritualmente. Um estado do ser não está desvinculado do outro, nossas contradições; somos uma só totalidade.
           Há quem não medite e é iluminado, isto é, cheio de graças; humana e  divina. Pura pretensão e perigoso pensar, afirmar, que meditar é estar num estado de ser mais elevado. A natureza humana varia em seus estados de ser, por temperamento. Cada um a seu tempo e no modo de se depurar. A Meditação é um dos meios de melhorar nossa qualidade de vida; externa e interna. E nos conduz a algo mais refinado.
         Os extrovertidos procuram caminhos mais práticos de expressão, sendo mais ativos, calorosos no anseio de serem tocados internamente pelo incognoscível. Apreciam rituais para serem tocados pelo Deus Desconhecido. Os introvertidos se adaptam melhor no isolamento, silêncio e quietude na busca da experiência internas; sentir, apreender o indizível na Criação. Entretanto extrovertidos e introvertidos precisam se conviverem para trocarem experiências, alegrias profundas que brotam das camadas mais abissais da alma. Esta troca pode manter-se em silêncio, num sorriso, trabalhos em comum ou puros gestos.
           Quando se pratica a Meditação por muito tempo, no isolamento, é necessário ir em direção ao bom convívio social, interagir com o próximo, com as pessoas comuns à nossa volta, com naturalidade e simplicidade. Meditação sem conexões, convergências sensíveis, sem Amorização, isto é, sem os cuidados de atitudes afetuosas para com tudo que fazemos em nosso entorno, pouco se avança no processo interior. Quem nos comanda é o Coração Amoroso.
            A Meditação visa melhorarmos enquanto pessoas – bondade, amor e compaixão.
           Quem não tem experiência com a Meditação não pode ter ideias inteligíveis, nem objetivas, a seu respeito. Nada sabe, realmente, da vida contemplativa, dos grandes voos da alma. Meditar é vivência, é nosso próprio mestre. Meditar é ser livre.
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postagem _ martha pires ferreira

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Eu vi Jesus na Mangueira e Paulo Freire na Águia de Ouro

Acompanhei de leve o Carnaval, esta grandiosa Festa popular ...os Blocos de Rua, os encontros nas Praças e Avenidas, de longe. Blocos perto _ Céu na Terra e Carmelitas. Samba e deliciosas Marchinhas!!
minha fantasia _ Máscara _ Ainda ouvimos MARIELLE _ e outros personagens: Papa Francisco, Índio, irmãos Micos/natureza e Paulo Freire 
As Escolas de Samba, sempre esplendores do povo _ Bateria, samba-enredo, alegoria, evolução, samba de pé, etc etc. Atenta aos temas - recados.
Fiquei maravilhada com a querida Mangueira por assistir inteirinha _ Meu nome é Jesus da Gente.~~~~~~~~~~
Vi Jesus na Manqueira e Paulo Freire na Águia de Ouro  

Mangueira - Samba-Enredo 2020 
A Verdade Vos Fará Livre  
Senhor, tenha piedade
Olhai para a terra
Veja quanta maldade
Senhor, tenha piedade
Olhai para a terra
Veja quanta maldade

Mangueira
Samba, teu samba é uma reza
Pela força que ele tem
Mangueira
Vão te inventar mil pecados
Mas eu estou do seu lado
E do lado do samba também

Mangueira
Samba, teu samba é uma reza
Pela força que ele tem
Mangueira
Vão te inventar mil pecados
Mas eu estou do seu lado
E do lado do samba também

Eu sou da Estação Primeira de Nazaré
Rosto negro, sangue índio, corpo de mulher
Moleque pelintra no buraco quente
Meu nome é Jesus da Gente
Nasci de peito aberto, de punho cerrado
Meu pai carpinteiro, desempregado
Minha mãe é Maria das Dores Brasil

Enxugo o suor de quem desce e sobe ladeira
Me encontro no amor que não encontra fronteira
Procura por mim nas fileiras contra a opressão
E no olhar da porta-bandeira pro seu pavilhão
E no olhar da porta-bandeira pro seu pavilhão

Eu tô que tô dependurado
Em cordéis e corcovados
Mas será que todo povo entendeu o meu recado?
Porque, de novo, cravejaram o meu corpo
Os profetas da intolerância
Sem saber que a esperança
Brilha mais na escuridão

Favela, pega a visão
Não tem futuro sem partilha
Nem messias de arma na mão
Favela, pega a visão
Eu faço fé na minha gente
Que é semente do seu chão

Do céu deu pra ouvir
O desabafo sincopado da cidade
Quarei tambor, da cruz fiz esplendor
E ressurgi pro cordão da liberdade

Mangueira
Samba, teu samba é uma reza
Pela força que ele tem
Mangueira
Vão te inventar mil pecados
Mas eu estou do seu lado
E do lado do samba também

Mangueira
Samba, teu samba é uma reza
Pela força que ele tem
Mangueira
Vão te inventar mil pecados
Mas eu estou do seu lado
E do lado do samba também

Eu sou da Estação Primeira de Nazaré
Rosto negro, sangue índio, corpo de mulher
Moleque pelintra no buraco quente
Meu nome é Jesus da Gente

Nasci de peito aberto, de punho cerrado
Meu pai carpinteiro, desempregado
Minha mãe é Maria das Dores Brasil

Enxugo o suor de quem desce e sobe ladeira
Me encontro no amor que não encontra fronteira
Procura por mim nas fileiras contra a opressão
E no olhar da porta-bandeira pro seu pavilhão
E no olhar da porta-bandeira pro seu pavilhão

Eu tô que tô dependurado
Em cordéis e corcovados
Mas será que todo povo entendeu o meu recado?
Porque, de novo, cravejaram o meu corpo
Os profetas da intolerância
Sem saber que a esperança
Brilha mais na escuridão

Favela, pega a visão
Não tem futuro sem partilha
Nem messias de arma na mão
Favela, pega a visão
Eu faço fé na minha gente
Que é semente do seu chão

Do céu deu pra ouvir
O desabafo sincopado da cidade
Quarei tambor, da cruz fiz esplendor
E ressurgi pro cordão da liberdade

Mangueira
Samba, teu samba é uma reza
Pela força que ele tem
Mangueira
Vão te inventar mil pecados
Mas eu estou do seu lado
E do lado do samba também.
[Refrão três vezes].
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-- postagem martha pires ferreira 

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

A idade é sabedoria conquistada


    A idade é um peso? Não, idade é sabedoria conquistada.
    Sofro diante das mazelas e injustiças sociais, que não são minhas, mas que acompanho na pele do outro, do povo marginalizado, que amo.
    O mundo em transição perigosa, desafiadora, necessária.
    A idade não me fez perder o sorriso, a garra, o carinho nem a esperança por uma civilização digna e bela para todos, sem exclusões!

    Agora, sem receios, aos 81 anos, 19/02/2020...
                                             antes 47 anos,1986...
antes 23 anos, 1962...
antes nasci, 1939. Gracias à Vida em extensão plena!

    Gracias a todos que me abraçaram, me abraçam! Amor incondicional, sempre, afetuoso, fraterno!
    Martha Pires Ferreira.
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terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Dialética entre recusa e aceitação do mundo _ a Esperança

       Passei a semana pensando, intuindo; estou no mundo, sim, mas percorrendo dimensões inconcebíveis. Estou aqui e não estou; a idade tem sua grandeza atemporal. Convivo com amigos e amigas cheios/as de rancores, desesperança, perdidos no pensar e esperar da Vida. Perderam o horizonte? Quanto peso! Sim, também, convivo com pessoas que acreditam na vida. Não podemos perder o fio da criação que nos leva a algo mais elevado. Sou Chardan, sinto a evolução contínua da matéria e do espírito humano _ aqui minhas reflexões concluídas, hoje _  
Dialética entre recusa e aceitação do mundo _ 
a Esperança
                                           Martha Pires Ferreira 
     Constatamos perplexos que as pretensões do mundo são fraudulentas e perversas por serem injustas, manipuladoras, em suas bases.
       O que fazer? Alienarmos ou confrontar?
    Uma atitude crítica de efetiva de desaprovação diante do mundo atual em suas estruturas é necessária, sim. Recusa que contenha, que inclua, a possibilidade de aceitar um mundo aberto à mudança de consciência, postura de valores. As ciências exatas, as religiões, a filosofia, nem mesmo a política se ocuparam em levar em conta a base econômica, objetiva, da existência e bem estar geral da humanidade. O bem estar comum, ficou em segundo pleno ou nem foi cogitado. Não se ocuparam em resolver esta questão no seio da sociedade, coletividade. Daí a falácia, a degradação e fraudulência imperante.
     Não é priorizar, apenas, os valores da matéria, o que se possui em bens e o que se come ou bebe, é fundamental levar em conta os valores éticos, morais, do sentimento e do amor fraterno, solidário, participativo, entre pessoas e comunidades.
     Nossa ignorância frente as questões da matéria junto ao espírito, das nossas emoções internas, como um todo, é o entrave, a fonte ou causa dos problemas e degradações gerais. Vivemos a dicotomia entre realidade material e afetiva; como se fossem duas demandas. Um modelo de sociedade que não oferece harmonia entre o ter e o ser, entre o possuir e o bem viver se degenera.
    Perdemos se ficarmos presos, parados, no passado e ou mesmo estanques nas desgraças do tempo presente. A loucura social, a patologia ou a neurose social nos penetra, sentimos nos poros. Mas, não podemos em nada ajudar a sairmos deste estado grotesco só acusando, protestando com rancores e ódios das entranhas, necessário altivez e apontarmos horizontes viáveis de princípios éticos, saberes e cultura.
    Por vezes, temos que ter receios diante do aterrador que defrontamos. Saber esperar com sabedoria; há tempo de plantar, de esperar e de colher. Presenciamos, na atualidade, fatos aterradores, cruéis, atos desumanos que compraz no prazer de fazer o mal, gratuitamente. Temos que ter defesas fortes, conscientes e firmes, para não sermos tragados, arrastados, pelo mal dantesco. Desejar o bem maior é fazer o bem. A grandeza do amor incondicional é mais poderosa que as potências do universo. Por sermos frágeis ou fracos não vencemos, não dominamos, ainda, as energias do mundo grotesco mergulhado na ignorância educacional, intelectual e emocional. A educação se faz ao nos educarmos, dia a dia, contínua depuração externa e interna; mente e coração.
    A face de mal absoluto nos aterroriza, não é fácil encará-la. Por vezes, impossível enfrentar tamanha sombra pesada no seio da sociedade, contemporânea. Perplexos nada podemos fazer diante da ignorância atávica dos que não tiveram oportunidade de se desenvolver como cidadãos _ os quais ignoram o que é o bem comum. Uma sociedade imatura, sem valores essenciais, ocasionalmente, revela-se perversa. Desconectada dos sentimentos da partilha e da generosidade, valores inerentes ao ser humano desenvolvido.
    Um ser humano ou uma sociedade sadia, feliz e alegre, age tranquila com seus afazeres e seu entorno, com bondade, sentimento afetuoso, amoroso, sem perder a sensibilidade, o bom senso. Não se aliena nem perde o espanto _ é misericordiosa, generosa e complacente, compreensível para com consigo mesma e para com a vida em sua plenitude. Age como uma flor que se tornou um fruto, e que do verde tornou-se fruta madura e saborosa. Esta é a sociedade amadurecida que desejamos, que almejamos, nas profundezas do coração.
    Seres conscientes, do bem comum, aproximai-vos uns dos outros, sem exclusões, sem leis de mordaças, com as mãos livres e com o sorriso da solidariedade fraterna.
    Não sou socióloga, nem antropóloga e nem futuróloga, apenas um ser humano que pensa, reflete sobre este mundo em que vivemos, com todos, sem exceções; nossa casa comum. Que acompanha, quantas vezes, perplexa as mazelas, ignorância e retrocessos, assim como as conquistas sociais, belezas da natureza e riqueza cultural no mundo. E, que tem, por intuição, a Esperança de um salto quântico de qualidade, diante de tantas controvérsias, saltos à níveis mais elevados, criativos e amorosos, no coração da Humanidade.
    Tenhamos a postura do Bom Pastor que, incondicionalmente, Ama suas Ovelhas!
    Tarde de 18 de fevereiro de 2020.
--   postagem - martha pires ferreira
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sábado, 15 de fevereiro de 2020

Nise da Silveira _ 115 anos _ eterna presença

      
Nise oferecendo uma cobreie de flores para Adelina 
Passam-se os anos e Nise da Silveira (Maceió,1905 _ Rio de Janeiro,1999) permanece Viva em mim e em tantos que tiveram a felicidade de a conhecer e conviver com ela. E tantos mais que a admiram pelas leituras, o ouvir falar, filmes, entrevistas, artigos publicados, etc.
      Mais do que uma transgressora e revolucionária por libertar os chamados "loucos alienados"  das cadeiras das opressões hospitalares e psíquicas usando as ferramentas das mãos, dos gestos e das expressões plásticas, particularmente. 
 Nise em sua escrivaninha e os gatos tão amados

Seu José Bastos, Nise e amigo na Casa das Palmeiras _ 
Hora do Teatro
Nise e os coterapeutas _ os cães _ MII _hora da alimentação.

      Nise mantem-se viva no coração do mundo!

      E que bela surpresa nos fez o Google postando esta bela imagem de abertura nestes seus 115 anos! 
      Que delicadeza! Que ternura! Que beleza! 
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-- postagem __ martha pires ferreira

sábado, 8 de fevereiro de 2020

Amor à Solidão - um pouco de Thomas Merton


     ___  Na liberdade da Solidão – li esta obra de Thomas Merton, pela primeira vez, quando ainda muito jovem, 1961. Não tinha, ainda, meus 23 anos. Agora, chegando aos 81, neste mês de fevereiro, sem qualquer questão com a idade, releio este Mestre, um homem que em muito me identifiquei no temperamento rebelde e libertário, e, em sua visão de mundo com grande paixão e espiritualidade – vida de solidão que a tudo transcende.



    Suas palavras, sublinhadas, no velho livro da Ed. Vozes: 
    “A vida se revela a nós somente na medida em que a vivemos”
    ”Quando nossa vida se nutre de irrealidade, morremos de fome. Não há maior desgraça do que confundir essa morte estéril com a verdadeira e frutuosa “morte”, pela qual entramos na vida”.
    “Viver não é pensar. Viver é o constante ajustar-se do pensamento à vida e da vida ao pensamento, de tal modo que estejamos sempre em crescimento, sempre tendo a experiência de coisas novas nas antigas, e de antigas nas novas. Assim, a vida é sempre coisa nova”.
    “Sem coragem jamais poderemos atingir a verdadeira simplicidade”.
    “Minha esperança está no que os olhos nunca viram. Portanto, não me deixeis confiar nas recompensas vivíveis. Minha esperança está naquilo que o coração não pode sentir. (...) Minha esperança está naquilo em que a mão do homem jamais tocou”.
    “Para espiritualizar nossos desejos, desejemos não ter desejos”.
    “Ideias e palavras não constituem o alimento da inteligência, mas sim a verdade”.
    “A solução do problema da vida é a própria vida. Não se realiza a vida pelo raciocínio e a análise, mas antes de tudo, vivendo”. 

    “Amar a solidão e procurá-la não significa transportar-se de uma possibilidade geográfica a outra. Torna-se alguém solitário no momento em que, seja qual for seu ambiente externo, toma, de repente, consciência de sua própria e inalienável solidão e compreende que jamais será outra coisa senão em solitário. Desde esse momento, solidão não é apenas potencial – é atual.
    Todavia, a solidão real sempre nos coloca concretamente na presença de uma possibilidade não realizada e até irrealizável de “perfeita solidão”. Mas isso tem que ser bem compreendido; pois perdemos a realidade da solidão que já possuímos, se tentarmos com demasiada ansiedade realizar a possibilidade exterior maior, que nos parece, por um nada, fora de nosso alcance. A verdadeira solidão tem como um dos pontos integrantes a insatisfação e incerteza que nos vem do fato de estarmos em face de uma possibilidade não realizada. Não é uma busca frenética de possibilidades - e sim uma humilde aceitação que nos estabiliza em presença de uma enorme realidade que, em certo sentido, já possuímos, e que, por outro lado, é uma “possibilidade”, um objetivo de esperança.
    Só quando o solitário morre e vai para o céu (ou chega até à Luz de Deus – parênteses é meu), é que vê com clareza que essa possibilidade já estava atualizada em sua vida e ele não o sabia – pois sua solidão consistia, sobretudo, na “possibilidade” de possuir Deus (a Luz da Consciência em sua totalidade) e nada mais senão Deus, em sua pura esperança”.
    “As palavras estão colocadas entre silêncio e silêncio; entre o silêncio das coisas e o silêncio de nosso próprio ser. Entre o silêncio do mundo e o silêncio de Deus”.
    “Não é falar que rompe nosso silêncio, mas a ansiedade de ser ouvido”.
    “Toda nossa vida é uma meditação sobre nossa decisão final – a única que importa”.
    “O solitário é alguém que tomou uma decisão tão forte que pode ser provada pelo deserto, isto é, pela morte”.
    “O solitário é necessariamente alguém que faz aquilo que quer. Em realidade, nada mais tem a fazer senão isso” - (segue sua própria consciência).
    “O Solitário deve ser alguém que tenha a coragem de fazer, neste mundo, aquilo que mais tem vontade de fazer – viver em solidão.
    “Deveria eu ser capaz de voltar cada vez à solidão como ao lugar que jamais descrevi a ninguém, ao lugar ao qual nunca convidei alguém a ver, como um lugar cujo silêncio acalentou uma vida interior conhecida unicamente por Deus”.

Martha Pires Ferreira, 8 de fevereiro de 2020.
Desenho no envelope, 2007.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

Nise da Silveira sobre Metamorfoses e Transformações.


Palavras de Nise da Silveira - O Mundo das Imagens:
Confronto de opostos Sol e Lua _ luz e sombra.

      “O fenômeno da metamorfose permeia todas as áreas da produção imaginativa do homem. Não poderá, portanto, deixar de possuir profunda significação psicológica. Insistira sobre o lado secreto que une na profundeza todas as coisas – pedra, vegetal, animal, homem, deus? Dará configuração a aspectos da psique que se mantém ocultos nas cavernas da sombra? E quantas coisas mais dirá em linguagem simbólica?”
      “Todo ser tende a realizar o que existe nele em potencial, a crescer, completar-se. É o que acontece à semente do vegetal e ao embrião do animal. O mesmo acorre ao homem, quanto ao corpo e quanto à psique. Mas no homem, embora o desenvolvimento de suas potencialidades seja impulsionado por forças instintivas inconscientes, adquire provavelmente caráter peculiar. O homem será capaz de tomar consciência nítida desse crescimento e mesmo de influenciá-lo. Esse crescimento, muitas vezes difícil e até doloroso, caminha na busca de complementação da personalidade específica de cada um, isto é, daquilo que G. Jung denomina processo de individuação”.
      “É um processo lento. Não adianta pretender acelerá-lo artificialmente. Talvez apenas ajudá-lo na remoção de obstáculos e criação de condições favorecedoras. Jung relata que, várias vezes, encontrou antigos analisados, que não via desde muitos anos e, entretanto, continuavam a ampliar seu desenvolvimento”.
      “Jung trabalhava como um empirista de olhar excepcionalmente penetrante. Foi assim que apreendeu, através dos sonhos de seus clientes, não só o processo de individuação que cada um buscava realizar por caminhos não lineares, mas um surpreendente paralelo entre esse processo e o opus alquímico”.
 União dos opostos 
 Sapienzia ermética - alquimistas medievais. 

        Pontuação do Blog _ O Processo de Individuação [ser quem se é em realidade, pessoa autêntica] é trabalho que se estende por toda a vida - Vivencia-se metamorfoses e transformações profundas, no interior de si mesmo, apreendidas pela sensibilidade, inteligência, humanidade. O Sol, entre outras coisas, representa o pensamento  consciente e a Lua as emoções que emergem do inconsciente. Batalha constante pela união de opostos; masculino e feminino; ativo e receptivo; luz e sombra; dia e noite _ chega-se à Totalidade.

--postagem, martha pires ferreira
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terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Flores do Bem _ John Kennedy

Aos bem entendidos, poucas palavras bastam.
--- postagem martha pires ferreira.