quarta-feira, 26 de maio de 2021

Que tem os Astros com esta escuridão/travessia?

           Reflexões para os preocupados, aflitos ou ansiosos, com os sinais, os ciclos Celestes dos Astros.

Amigos/as me fazem perguntas. Não é simples responder, não me escuso de tentar dizer algo, como vejo, apreendo.  As questão complexa, desastrosas, decepcionantes, degradantes ou injustas na sociedade, como um todo, não são causas dos Astros _ não são os Astros responsáveis pelos absurdos que ocorrem na Terra, e sim da ignorância humana, por consequência. Os Astros apontam, sinalizam, mas são os seres humanos quem engendram com o Cosmos para a realização do melhor ou do pior que se manifesta em nós mesmos e para com a sociedade, o meio ambiente em que habitamos. Não somos marionetes dos Astros, seres humanos à mercê das potências celestes. Sim, os Astros em seus ciclos anuais pelo Zodíaco, com suas complexidades, apontam possibilidades de realizações felizes, e, noutros momentos, obstáculos a serem vencidos, incertezas e mesmo tempo de escuridão, como nesta travessia, imprevisível, para toda a espécie humana.

O que vivemos no nosso Planeta Terra _ a Pandemia-Praga-Vírus-19 _ com tantos isolamentos, dores e mortes, não são explicáveis por efeitos causais, dos Astros, e sim doloroso desequilíbrio, resultado, do descuido e da insensatez dos "poderosos" que se atribuem como “deuses” dos desígnios da vida. Não são ressonâncias celestes, mas descuidos dos seres humanos, terrestres, por abandono às leis da Mãe Natureza _ "os Astros inclinam, não determinam" _ da Antiguidade ou Hermes Trimegisto.

A rica Mitologia grega-romana tem vias, simbolicamente, para a compreensão do que estamos passando, e pode nos esclarecer, indicar horizontes, nos auxiliar em muito. Os “deuses” expressam significados que, sincronicamente, dizem respeito ao que precisamos saber _ espelhamos escrita celestes. Os Astros sinalizam responsabilidade comportamental, possibilidades, deveres e princípios éticos, morais.  Entretanto prefiro indicar-leitura _ O Fenômeno Humano de Teilhard de Chardin, para entender este momento, ao disser: "Somos eixo e flecha para a evolução".

A evolução não se faz fácil, passamos por ciclos duríssimos, como agora, por este em que estamos vivendo de norte a sul, de leste a oeste. Bom que eu diga mais _ prudente não mexer, não arrancar o joio enquanto o trigo, em silencio, está crescendo _ a vida floresce, engendra no silêncio, como as sementes dos frutos, parafraseando o mestre Jesus de Nazaré.

Planetas mais lentos transitam no último quadrante do Zodíaco, em signo de Capricórnio-Plutão, Aquário-Saturno, Peixes-Júpiter e Netuno, sem falar nos pessoais, e, no signo de Touro/Uranos mostram acelerar a transição, que já vem ocorrendo há alguns anos, mudança de uma Era para outra Era, um novo amanhecer da humanidade. 

          Juntos, neste momento histórico, com todas as raças  humanas, valores, credos e etnias, atravessamos a noite escura com o Sol da inteligência e da amorização no coração, na Esperança da luminosidade para uma Nova Civilização!

            - Martha Pires Ferreira _ eclipse total, super Lua, 26 de maio.

 

domingo, 23 de maio de 2021

Reflexões _ comunhão com Teilhard de Chardin.

 

Chardin na China

          Importante, para mim, leituras e reflexões interiores, pela manhã, depois de saboroso café, antes de dar minha caminhada ao Sol. Hoje, reli com atenção mais um maravilhoso artigo do mais alto teor, de um dos homens que mais amei intelectual e espiritualmente, ao longo de minha vida _ Teilhard de Chardin _ pelo quanto ele amou a Vida numa dimensão cósmica, absoluta, em sua totalidade _"Ser mais é unir-se cada vez mais" _ Comunhão plena com ele em A Missa sobre o Mundo. // Mundo, Homem e Deus, Ed. Cultrix, SP, 3ª edição – 1986. Eis o parágrafo _ 1923:
      “Rico da seiva do Mundo, subo para o Espírito que me sorri para além de toda conquista, revestido do esplendor concreto do Universo. E, perdido no mistério da Carne divina, eu já não saberia dizer qual é a mais radiosa destas duas bem-aventuranças: ter encontrado o Verbo para dominar a Matéria, ou possuir a Matéria para atingir e receber a luz de Deus”.
  ___ postagem, Martha Pires Ferreira

sexta-feira, 21 de maio de 2021

AMOR AO PRÓXIMO _ homilia _ Jo 15, 9-17 _ atualidade

        Recebi este texto, abaixo, de um amigo _ Mario de França Miranda _ Homilia do domingo dia 16 de maio, último. Escrita de forma simples e coloquial, palavras profundas e acalentadoras para este momento da travessia.

                      Jo 15, 9-17 (amor ao próximo)

No Evangelho deste domingo São João sintetiza de modo brilhante o que foi a vida de Jesus Cristo e o que deve ser a vida do cristão. Ele vai ao núcleo do que caracteriza um autêntico discípulo de Jesus Cristo. Confrontado com este núcleo, tudo o que a Igreja nos oferece para nossa caminhada neste mundo, a saber, ensinamentos, normas, celebrações, só têm sentido se nos ajudam a viver realmente o amor ao próximo. Pois o próprio culto a Deus se esvazia quando privado da caridade (Mt 5, 23s), sem falar que ela constitui o critério decisivo para nossa salvação (Mt 25, 31-46). Uma verdade bastante clara para qualquer cristão consciente de sua fé, mas que experimenta enorme dificuldade em torná-la realidade em seu dia a dia devido a vários fatores.

A começar pela sociedade atual agitada por transformações rápidas e sucessivas que geram instabilidade e medo com relação ao futuro, levando-nos a buscar ansiosamente seguranças que nos acalmem, vendo nos demais meros concorrentes que disputam as mesmas e limitadas oportunidades. Além disso, estamos hoje dominados por um individualismo de cunho cultural que busca garantia econômica e satisfação imediata de prazeres. Com isso diminui a atenção ao bem comum, ao cuidado com os demais, aos gestos realmente gratuitos para os menos favorecidos. Paira uma indiferença generalizada com relação ao sofrimento alheio. Triste característica cultural que não só atinge indivíduos, mas também nações como constatamos hoje com a recusa em acolher refugiados ou com a resistência das grandes indústrias farmacêuticas em aceitar a quebra de patente das vacinas.

Outra dificuldade provém do próprio termo, já que amor hoje recebe em geral uma compreensão limitada à dimensão afetiva ou sexual, enquadrada numa perspectiva individualista ou hedonista. Trata-se de um vocábulo bastante gasto e impreciso. Deste modo a característica principal do ser humano que é a sua liberdade mal aparece. Pois amor implica uma opção livre, desinteressada, gratuita, que busca o bem do outro. Significa procurar fazer feliz o outro e não buscar o outro para alcançar sua própria felicidade (Mt 5, 46).

Como temos a tendência de nos fazermos o centro de tudo, de buscarmos nossas próprias satisfações, de eliminarmos nossas inseguranças, de lutarmos para sobreviver numa sociedade de forte concorrência, de realizarmos nossos sonhos, de tudo olhar numa ótica egocêntrica, consequentemente a vivência da caridade sem dúvida implicará renúncia a esta tendência. Portanto, amar exige morrer um pouco para si mesmo, para seus próprios interesses. Também significa sair de sua zona de conforto em benefício do outro, se desinstalar de seus hábitos e comodidades, o que realmente não é nada fácil.

Evangelho de São João _ 15, 9-17.
 _ Mario de França Miranda - ord. jesuíta _ teólogo _ pensador progressista _ ocupado com questões humanas-sociais.

__________________________

------------- postagem - martha pires ferreira.