quinta-feira, 21 de agosto de 2025

Poesia na porta da alma

 
Simples flores do jardim imaginário

         O desenho, a poesia, as reflexões pousam sem pedir licença. A Vida se refaz a cada instante, revelação. Contemplar o Céu e a Terra, um arco esférico sem fronteira, cujo centro é essência pura. 

    Três poesias saem do arquivo e ganham o mundo

Encontro
 
Tarde sinuosa na espera
_ Sol cortando invisível ar
numa secura árida.
O vento de verão sofre
ausência _ arde céu distante.
 
A vida costura afazeres
deixando livre na espera
o que nem se sabe bem.
 
Antecede o imprevisível
a secura do Sol _ chuva
toca o possível imaginário.
 
Esperar é vital, acontece
_ encontros não tem hora,
assim a natureza expressa
imperativa a seu tempo.
****

Adentrando
 
Sopro atravessa horizonte
se faz não estar em parte alguma,
olhar extenso chega aos ossos e
coração adormece cansado,
vísceras respiram aos calcanhares.
 
Corte sem destino mantém ritmo
sinuoso sem pedir licença,
o alcançar adentrando pousa
vagarosamente no chão vazio,
silenciosa é a vida quase nada.
****

Em mim
 
Contínuo deleite é convite à lectio divina
_ textos aquecem o dentro... ondas
espirituais, laica, complexa ou poética.
 
Viagem intuitiva estimula neurônio,
imagem leve brota à tona... pousa no ar
lendo letras, o surgir silencioso sem mim.
 
Nem toda poesia é poesia / corta o não visto
em mim, nem há colher da fala branda
seio das linhas, traços... realidade crua.
 
Esquecido o corpo frágil tudo envolve
_ néctar do verbo é vinho tinto e eloquente
arde estar no silêncio da sala em mim

                            Martha Pires Ferreira

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