Poesia da caixinha com chave e desenho

 

Formas no Espaço _ nanquim e aquarela. 

Três poesias guardadas _ Martha Pires Ferreira 

Deserto
  
Caminhar no obscuro,
preferências pelo dentro
_ Desconhecido obreiro
guia na caminhada
ermo chão de pedra.
 
Nada a clamar no deserto
atenta ao som do silêncio,
nada a oferecer, nada se possui
_ o imperceptível se faz presença.
 
Não há aridez, tristeza na
“noite dos sentidos”,
luminosidade anuncia o amanhecer
longe de racionalidades,
            sentimentalismo vago.
No silêncio do deserto
      apreendem-se fios de intuição!

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Imortalidade
 
Esquecer. Silêncio. Esvaziar-se
_ descobertas revelam
desvendando camadas
do palmito ao núcleo central
... ?!! Agradável substância...
 
Desprender-se do passado,
nada perece _ fica, resta o sumo.
É vital pousar em
         recintos profundos,
imortalidade antecipada se faz.
 
Liberdade é extensão contínua
        sabor atemporal pousa
na escuridão. Desconhecimento
    _ a alma apreende
                       desobedecendo. 

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Amor essência
 
O Amor não tem idade
nem tempo.
Libertário
desconhece rejeição,
pertencimento,
indiferença, frieza.
 
Não tem desejo
por ser fonte mesma
do desejo.
 
Amar é pura virtude
simples gratuidade _
existência.
 
Amar, não é tesouro
secreto no coração,
é pulsar vivente;
flui na carne,
habita o sensível
_ possui o divino em tudo,
no Todo, só deleite.

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