quinta-feira, 3 de julho de 2025

Poesia se faz narrativa _ Elite, uma interrogação


 







Casinha_ bico de pena, nanquim e aquarela 

Elite, uma interrogação
                 martha pires ferreira

Insistir classificar elite, hierarquia?
Qual ângulo?! Qual vertente?!
Vida destina... a morte esvazia.
 
Som tem ressonância, timbres
Cor nuances, tons, intensidade
Dor graduações sem termômetro.
 
Sonho é sonho, natureza viva
envolve o sombrio ou luminoso
Amor conhece dimensões, vive
sentidos, liberdade... gratuidade.
 
Raiva ou rancor qual juízo de valor?
Pretensa inveja corrói entranhas
mata, quebra ossos por dentro.
 
Alegria tem hierarquia, se faz elite?
Vive do ar que se respira é comum
ao bilionário e ao mendigo quando
              acolhido em sua miséria.
 
Cães, gatos e ovelhas entre eles
têm distinção de classe “pedigree”,
se distinguem em grupo social?
Sábios... desconhecem hierarquia.
 
Ser humano por orgulho se autodefini,
seleciona conforme cifras, moedas
caixinhas com chaves, joias e papeis,
cofres bancários ou commodities etc.
 
Sábio ignora solene valias, cifras, brios,
respira em comum com toda humanidade
dorme sereno, acorda solar... sabe sorrir
saboreia água ou vinho e brinda a vida!













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terça-feira, 1 de julho de 2025

Astrologia _ Insurreição Aquariana II

 
Formas no espaço, bico de pena, nanquim e aquarela, 1988.

Astrologia _ Insurreição Aquariana II

Plutão, senhor das profundezas, das riquezas subterrâneas, iniciou seu percurso no signo de Aquário/2023. Recuou, e voltou em 21/1/2024 a percorrer Aquário, direto em 19/11/2024.

O planeta Plutão percorrerá o signo de Aquário, por cerca, de 20 anos. O que isto nos aponta, prenuncia, sinaliza de alguma forma? O que está por vir? Quais os desígnios celestes?!

Antes, um pouco de memória, alguns fatos importantes.

Em 1972, foi publicado meu artigo ERA DE AQUARIUS, na revista Rolling Stone - Rio, a pedido de Luiz Carlos Maciel, escritor, jornalista, querido amigo, e, o “guru da contracultura”. Este artigo está no Blog _ podem copiar à vontade. Naquele período de repressão ferviam ideias e movimentos marginais que não afetaram o sistema, ditadura vigente. Sabiamente, nos protegíamos nas chamadas ondas exotéricas (vistas como alienadas) e intenso anseio pela cultura do Oriente; Meditação, estudos do Zen, I Ching, Do in, Acupuntura e Yoga. Astrologia não incomodava os militares, com isto foi meu refúgio, que se estendeu por toda a minha vida. Sonhávamos com a Era de Ouro da Humanidade, segundo a filosofia Yogi! Antes desta decantada Era, passaríamos por labirintos, instigante e difícil travessia. Foram anos escuros, sóbrios, dolorosas. Todo processo de evolução é lento.

Aqui estamos em 2025.

Imaginava, em 1972, por cálculos astrológicos, precessão dos equinócios, eixo vernal, que tudo se resolveria na passagem do segundo para o terceiro milénio, e, que, por volta de 2014, estaríamos na porta, passagem, para a Era de Aquarius, Era da Arte de Viver! Não foi assim. Tudo tem sido bem mais demorado. Muito a fazer.

Abordei sobre a Morte e Ressurreição civilizatória, no 1º Congresso Internacional de Astrologia em 1985 / Hotel Glória -RJ.  Agora, precisamente, neste início do novo milênio, que estamos na travessia, crucial, para uma outra Era civilizatória, particularmente, marcada pela passagem da Pandemia Covid 19/ 2020... a qual afetou todo o Planeta Terra, nossa casa comum.

Na atualidade, constatamos crucial desordem e falência de valores, no mundo em que vivemos, em todos os níveis de governabilidade, em todas as áreas do saber; geopolítica, ciência e tecnologia, economia e finanças, antropologia, sociologia, história, arte e educação, cultura e religião.  Pensem mais.

Velhos modelos não mais se sustentam: bizarrice, transgressões, contestações e rebeldia sem causa. Alienação, distanciamento físico e intelectual, sem falar em conflitos armados, invasões territoriais, posse e guerras por ganância dos bens da natureza. Compaixão e misericórdia assunto esquecido no armário. Cuidados para com a Mãe Natureza coisa sem interesse, e acolhidos, apenas, alguns animais domésticos. Indiferença e frieza emocional se alastra como um vírus.

Em pequenos círculos, a Vida se sustenta com Amor e doação solidária, participativa. Sim, avanços e realizações importantes acontecem, paralelamente. Valores sendo conquistados por compensação natural, mas com pouca visibilidade, pouco espaço é dado para realidades sociais efetivas. Grandes esforços em muitas áreas, sem repercussão nas mídias.

O que assistimos e assistiremos, cada dia mais, é o cerne do capitalismo selvagem se desmontando, sem horizonte, sem perspectiva alguma. Barril vazio faz muito barulho, é o que vamos acompanhar.

Instituições religiosas, já há algum tempo, vem se diluindo em seus dogmas rígidos, conservadorismo, distanciamento frio, sem adesão espiritual, humana. A religiosidade não é um negócio. A espiritualidade transcende normas, controle, ela anseia a liberdade interior. Espiritualidade é ternura, é doçura e acolhimento afetuoso.

Vivemos vácuo institucional. Marginalização degradante sem suporte físico social e emocional. Visão crua ante o absurdo, o caos. O mundo em força transformadora vive a incerteza reinante.

Paradoxos não oferecem metas. Perdidos assistimos “A banalidade do mal” se alastrando como, tão bem, prenunciou a sócio geopolítica e filósofa Hannah Arendt. “Vou lhe matar, antes que você ou seus filhos nos matem” _ está é a regra, de mente atrofiada de governantes gananciosos, expansionista, e, mesmo, de religiosos atávicos a um “deus” vingativo e individualista.

Que civilização é esta que desconhece afeto solidário, justiça social, educação e cultura geral? Que nação/pátria é esta que desrespeita outras culturas, outras nações soberanas? É a reinante descrença no dar-se participativo, criando artificialidade, jogos atrofiados de interesses, onde o fantasma dos cifrões vale mais que seres humanos, mais que a natureza ela mesma; mineral, vegetal e animal entre nós, seres humanos.

Vender a mentira é lucro! Haverá um basta! Em meio a tamanha bizarrice, e mesmo assistindo cruéis demandas, o imprevisível se manifestará como o grito primal na escuridão do espaço-tempo.

Não somos marionetes dos Astros, engendramos com o Cosmos. Somos um organismo vivo num Todo, Uno. Engendramos com o Universo.

Pessoa dignas, Uni-vos!!! 

Inverno, julho/ 2025, Martha Pires Ferreira

[aguardar a seguir // Insurreição Aquariana III _ Não me detenho, neste contexto, sobre tensões específicas, conflitos locais, governos, geopolítica (nações ou instituições) nem sobre guerras, mas sim, sobre conexões celestes em relação à VIDA humana, aqui no planeta Terra, em seu todo].   

Astrologia _ Insurreição Aquariana I [26/03/2025 - ver em pesquisa]         

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